Atenção:
por ter atingido a ocupação de imagens máxima permitida num primeiro blog com outro endereço, a espécie correspondente ao mês de Dezembro de 2012 terá continuidade neste blogue . Este facto condicionará a leitura das espécies já publicadas, facto pelo qual peço desculpa.
Descubra mais em http://atlasdeexoticascultivadasemportugal.blogspot.pt/
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Este blogue é uma constante fonte de informações e conselhos, em permanente crescimento, com novas espécies de exóticas frequentemente introduzidas e apresentadas todos os meses. Não deixe de visitar e descobrir as novidades com regularidade!
Roteiros e visitas pela paisagem vegetal urbana e regiões metropolitanas de Lisboa
Imagens de composições de exóticas tropicais inseridas na paisagem natural de Portugal
Agosto de 2010
Estamos na margem sul do rio Tejo e a paisagem recebeu alterações com a introdução de espécies exóticas. Trata-se de um viveiro de plantas que comercializa excelentes exemplares de plantas subtropicais e tropicais. A disposição das mesmas e a sua abundância leva a que estejam espalhadas pela área circundante, nativa e bastante arborizada. O resultado é um jardim improvisado, não projectado, parcialmente espontâneo mas que termina num brilhante exercício, naturalmente integrado na paisagem autóctone. Por outro lado, sem que fosse esse o intuito, conseguiu-se reproduzir um episódio de uma paisagem muito próxima àquela de onde os exemplares são provenientes, a região ocidental da Austrália. O interesse reside neste apontamento e, nas imagens seguintes, poderemos comparar este conjunto de exemplares de Xanthorrhoea preissii (Austrália) com a paisagem natural onde cresce, espontaneamente, esta espécie.
Adaptada a climas semi áridos, mostra uma enorme resistência a longos períodos de secura e frio. É, assente nesta importante característica, indicada para todo o território sul do país, incluindo o interior alentejano. Com esta descoberta fruto de uma visita a este viveiro, consolido a ideia de que escolhas singulares podem compor um espaço com profunda originalidade. No nosso país é comum desenvolver um jardim 'limpo', perfeitamente destacado da paisagem circundante, recorrendo à delimitação daquele espaço com muros ou cercas que separam o cenário exterior, selvagem, nativo e autónomo do interior, exótico, dependente e frágil. A cisão brusca destas duas paisagens pode ser suavizada, integrando exemplares exóticos, que aqui tento divulgar, nas áreas selvagens, as quais guardam um enorme potencial ainda por descobrir. Estas imagens, poderão servir de sugestão a esta ideia e para aqueles que possuem grandes e extensas parcelas de terreno e que não desejem ajardiná-las totalmente, esta é uma solução com resultados muito estéticos, economicamente sustentáveis, originais e bastante apreciados.
Os lindíssimos exemplares de Xanthorrhoea preissii (Austrália) prestam-se para integrar a paisagem de Portugal meridional, competindo com grande eficácia com as demais espécies autóctones. Não carecem de qualquer manutenção e com facilidade participam na composição de um cenário realemente exótico. Em baixo, uma foto não do autor, que reproduz um campo no território ocidental australiano, com exemplares selvagens.
(Foto não do autor)
Em cima um belo exercício com o recurso ao exotismo de exemplares de Syagrus romazoffiana (norte da Argentina, sul do Brasil e leste da Bolívia) que se destacam na paisagem tradicional a sul da cidade de Lisboa, ou seja, os pinhais de Pinus pinaster (Mediterrâneo). A composição sai reforçada quando os exemplares se adensam em quantidade, o que exige um grande investimento financeiro, pouco acessível à maioria. A este facto, junta-se a vantagem deste exercício resultar melhor quando a escolha recai em exemplares adultos, naturalmente mais onerosos.
Esta espécie, bastante vulgar nos viveiros nacionais, é resistente às condições ecológicas verificadas ao longo da costa atlântica portuguesa, de sul a norte. Daí que a sua utilização em paisagismo garanta um cenário tropical de baixo risco no que respeita à sua manutenção e sobrevivência.
Nesta imagem a sugestão passa por uma composição de transição entre o jardim formal ou cuidado e a área semi selvagem, sem que se apontem notas de abandono. O Dasylirion serratifolium (México), integra a lista de espécies xerófitas, como a anterior descrita, em que toleram a negligência no seu cultivo. A vantagem assenta, portanto, no seu emprego em zonas do jardim onde se procura criar uma paisagem de transição entre a vegetação selvagem e um outra zona mais projectada. Xerófito é nome que se utiliza para designar todas as plantas que desenvolveram uma estrutura especial, como o reforço das paredes celulares, e, desta forma, estão perfeitamente adaptadas para resistir longas estações secas, integrando um tipo de vegetação comum nas paisagens xeromorfas.
Nesta área, a
plantação aleatória de espécies de arecáceas, demanda um consumo considerável
de rega aquando da sua plantação. Esta particularidade aumenta nos casos em que
os exemplares são plantados isoladamente, uma vez que em grupo, conservam por
mais tempo a humidade relativa do ar. Porém, passado este período crítico, e de
um modo geral, as palmeiras de grande porte cultiváveis em Portugal, têm total
autonomia dependendo somente das condições meteorológicas verificadas, sem demais preocupações.
O exemplar aqui fotografado, é uma Sabal bermudana (Bermuda), em fase juvenil.A mesma planta noutra
perspectiva e integrada numa paisagem onde inúmeras Butia capitata, (Argentina, sul do Brasil e Uruguai) coexistem agrupadas num efeito diferente daquele
que efectivamente seria o seu objectivo, visto tratar-se de um viveiro de
plantas designadas ‘de obra’ mas que, na verdade, concedem àquele panorama uma impressão
extraordinariamente sul-americana;
O que me parece premente salientar é a pouca utilização de espécies variadas de arecáceas ou palmeiras, por todo o território nacional. A tendência monótona centra-se em duas escolhas principais; a Phoenix canariensis (Ilhas Canárias) e a Washingtonia robusta (Noroeste do México). A Sabal bermudana surge como uma opção à segunda espécie acima mencionada enquanto a Butia capitata poderá ocupar o espaço da primeira.
Este trabalho de
organização dos exemplares em stock,
neste local de revenda, suscitou todo o meu interesse pela reprodução de
paisagens tropicais, neste caso absolutamente casual, no nosso país. O número
elevado de indivíduos aqui concentrados é capaz de representar um episódio paisagístico
de regiões meridionais da América do Sul, nomeadamente o estado de Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, no Brasil, o norte do Uruguai sem esquecer as províncias
mais setentrionais da Argentina, como Corrientes, Santa Fé, Missiones e Entre
Ríos.
São palmeiras
originárias de regiões subtropicais semiáridas sem estação seca, que suportam
bastante bem tanto um aumento considerável de humidade nos meses mais frios do
ano, como a sequidão dos meses quentes, característicos do clima de todo o
território português.
Em termos estéticos, este exercício é notável como paisagem antrópica, capaz de reproduzir um exemplo
original registado na cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul,
onde o meio de comparação entre as duas situações se dilui.
O efeito do agrupamento destas palmeiras é notável, sobretudo se inseridas numa composição onde predominam outro tipo de árvores, preferencialmente exóticas.
Repare-se como a densidade de palmeiras é tão eficaz no resultado final que permite alguma negligência com a restante vegetação. Na verdade, e na minha opinião, esta opção é a mais interessante.
As paisagens confundem-se entre Portugal e o Brasil.
O conjunto de Phoenix canariensis (arquipélago das Canárias) cultivado em alta
densidade, trouxe à paisagem uma aparência diferente daquela que esperamos do
desenvolvimento normal desta espécie. Encontrando-se em concorrência pelo
espaço, as suas dimensões são bastante menores lembrando os conjuntos tão particulares
de Phoenix reclinata (África tropical do Senegal à África do Sul, Madagáscar e Ilhas Comores e Sudoeste da península arábica), conseguindo-se, assim, através de uma espécie economicamente acessível, um apontamento deveras original.
Por outro lado, a
silhueta dos Pinus pinaster (Mediterrâneo central e ocidental), remete-nos
para as paisagens do interior do estado da Flórida, nos EUA, onde estes são substituídos
pelo Pinus elliottii (sudeste dos EUA), tal como podemos conferir numa das fotos que se seguirão.
Temos a confluência
de duas construções de paisagem em locais geográficos tão distintos, os quais
reproduzem com bastante veracidade aquela onde a Phoenix reclinata procede; África subsaariana até ao Botsuana e África do sul.
Em baixo, uma série de fotos, ilustram nitidamente como a técnica dos maciços de espécies agrupadas em alta densidade resulta positivamente na realização de composições de grandes espaços, onde o objectivo assenta em arborizar grandes extensões de terreno, atendendo ao baixo custo na sua manutenção e mantendo uma estreita ligação entre a vegetação selvagem e a introdução de espécies exóticas com cariz tropical.
A escolha de vários exemplares de Phoenix canariensis (Ilhas Canárias) agrupados de maneira desordenada ou alinhada confere originalidade pela pluralidade de indivíduos, em detrimento da vulgaridade se cultivados isoladamente ou individualmente. Este é um dos segredos na utilização de espécies comuns e pouco dispendiosas com resultados rápidos na construção de ambientes tropicais.
Em cima, uma imagem encantadora de Pinus elliottii (sudeste dos EUA), espécie que compõe a paisagem do interior do estado
norte-americano da Flórida e em primeiro plano, um grupo de Serenoa repens (sudeste dos EUA), também originário
daquela região da América do Norte. Este retrato natural poderia ser
reproduzido nas regiões meridionais do nosso país, com bastante facilidade, dado
não encontrarem limitações ecológicas no clima de todo o litoral nacional. Naturalmente,
o conjunto de Pinus pinaster e Chamaerops humilis (Mediterrâneo central e ocidental) iriam garantir o
mesmo cenário visto nas fotos acima e em baixo, fazendo a aproximação entre as
duas paisagens, a europeia e a norte-americana.
A imagem mostra a paisagem do interior do estado da Flórida, entre a cidade de Miami e Fort Myers, nos parques nacionais de Big Cypress e Everglades.Em baixo, uma série de fotos, ilustram nitidamente como a técnica dos maciços de espécies agrupadas em alta densidade resulta positivamente na realização de composições de grandes espaços, onde o objectivo assenta em arborizar grandes extensões de terreno, atendendo ao baixo custo na sua manutenção e mantendo uma estreita ligação entre a vegetação selvagem e a introdução de espécies exóticas com cariz tropical.
Capazes de alterar profundamente a envolvente, sem grande intervenção do terreno senão, pelo contrário, aproveitando a vegetação espontânea ali encontrada, é possível, com pequeníssimos apontamentos, enaltecer a paisagem com lances de vista que lembram a exuberância natural dos trópicos. Em baixo, interrompendo a sequência de palmeiras, dois indivíduos de Cordyline australis (Ilha sul da Nova Zelândia) quebram o ritmo monótono do arvoredo de fundo. Simples, verdadeiramente económico e de grande resistência às vicissitudes do nosso clima, esta espécie presta-se para fazer distinguir um qualquer recanto pelo seu exotismo. O uso insistente desta espécie tem bons resultados no desenho de jardins tropicais mesclados com trechos de paisagem local.
Manter a folhagem o mais tempo possível contribui para encher a paisagem enriquecendo o aspecto tropical natural que se pretende conseguir. Desta forma, não é de todo aconselhável remover as folhas sem que estas estejam secas por completo. Em baixo, a imagem documenta o comentário acima descrito.
Citando o caso de palmeiras limpas de folhas adultas ou em fase de secagem, o registo em baixo mostra, exemplarmente, como se dissipa a exuberância e o vigor que procuramos reproduzir numa paisagem tropical. Trata-se de uma Phoenix canariensis (Ilhas Canárias) e duas Butia capitata (Sul do Brasil, Norte da Argentina e Uruguai) ainda juvenis e que, seguramente, foram podadas de modo a acelerar o seu desenvolvimento.
O efeito alcançado no estado de desprezo em que este agrupamento de palmeiras se encontra, alude às paisagens de onde são oriundas, aumentando, a meu entender, o interesse na concepção de jardins que reproduzam cenários naturais e fieis às suas zonas de origem. Acredito que possa provocar alguma confusão do ponto de vista do leigo observador e admirador de jardins, habituado à organização e ordem artificiais que a mão humana incute ao intervir no território.
Viveiros em Pexiligais, Algueirão, Sintra
Maio de 2012
Em cima, uma magnífica perspectiva num dos viveiros mais bem apetrechados de plantas para revenda na área da metropolitana de Lisboa. A imagem levou-me de imediato para a paisagem africana de transição entre a floresta e a savana. O vale aberto e limpo de vegetação estende-se longamente proporcionando um extraordinário cenário único feito de beleza natural e intervenção antrópica. O lugar presta-se, sem discussão, para inúmeros exercícios de paisagismo cuja temática seria seguramente inspirada na geografia botânica africana.
Quando por mero acaso reparei neste belíssimo quadro visual, preparado lentamente e pormenorizadamente pela natureza, fiquei arrepiado com tanta beleza perfeita. Em tão raras ocasiões encontrei no nosso país um episódio natural que reproduzisse ou lembrasse trechos da Mata Atlântica brasileira, sobretudo dos territórios interiores e de altitude dos estados do sul do Brasil, como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. O comportamento epífito dos fetos que crescem sobre os vigorosos ramos deste Quercus quercus vincam a imagem que guardo das florestas húmidas da América do Sul, onde proliferam bromeliáceas incríveis e de cores muito atraentes. Naturalmente, esta família está ausente entre nós, pelo menos, do ponto de vista natural e espontâneo. Porém, é a profusão de Polypodium que empresta toda a exuberância ao conjunto que fotografei muito empolgado. Repare-se nos dois apontamentos que sublinham o ambiente exótico e tropical. Um exmplar de Streliztia alba e as folhas de uma Phoenix canariesis. Este seria, sem dúvida, um trecho que pessoalmente me encantaria possuir no meu jardim. A tê-lo, preenchê-lo-ia com inúmeras e variadas espécies de bromélias cuja capacidade de resistir a períodos relativamente duradouros com temperaturas baixas, iriam contribuir para um episódio natural verdadeiramente único em Portugal. Esta possibilidade de encontrar condições ecológicas que unam elevada humidade relativa do ar e registos de temperatura sem extremos, é rara enquanto, por outro lado, se verificam em locais com exemplares de porte arbóreo preciosos, monumentais e idosos o bastante para valorizar o cenário o mais possível. São efectivamente poucos esses bosques que resistem no nosso país e a verificar-se, a maioria não é tão indicada como os resíduos que ainda poderemos contemplar nas imediações da Serra de Sintra.
Se conseguir enriquecer esta foto com a sua imaginação, junte-lhe algumas espécies de Vriesea, Alcantarea, Guzmania, Aechmea, Neoregelia sobre os ramos deste robusto caravalho. E sinta toda a expressão de um panorama exótico capaz de ser cultivado no clima de Portugal. Com esta sugestão rapidamente aprendemos como é possível transformar um recanto de um bosque num eloquente e vasto elenco de espécies exóticas tropicais. Apenas a vontade está em falta para a realização destes soberbos jardins epífitos e verdadeiramente suspensos.
Benfica, Lisboa
Maio de 2010
Entre a Quintinha de Fora e a Quintinha de Dentro, Marisol, Caparica
Fevereiro de 2007
Praia da Bela Vista, Costa de Caparica
Agosto de 2010
Lazarim, Charneca da Caparica
Agosto de 2010
Carnaxide
Junho de 2010
Caxias
Abril de 2010
Setembro de 2011
Chelas
Maio 2010
Cidade Universitária de Lisboa
Maio de 2010
Cruz Quebrada
Janeiro de 2011
Tapada da Ajuda
Maio de 2012
Freguesia de Marvila, Lisboa
Maio de 2010
Parque de Monserrate, Sintra
Fevereiro de 2008
São Marcos, Sintra
Junho de 2012
Janeiro de 2012
Serra de Minas, Sintra
Fevereiro de 2011
Linda-A-Pastora, Oeiras
Abril de 2008
São Pedro de Sintra
Junho de 2010
Dafundo, Algés
Setembro 2012
Entre a Gibalta e a Cruz Quebrada
Fevereiro de 2008
Viveiros na Batalha
Fevereiro de 2009
Linhó, Sintra
Janeiro de 2012
Sintra
Fevereiro de 2008
Tróia
Março de 2012
Tapada das Necessidades
Janeiro de 2007
Parque Eduardo VII
Abril de 2007
Esta imagem, apesar de singela, é bastante curiosa e representativa de como algumas espécies exóticas, sobretudo subtropicais, mas também tropicais, souberam adaptar-se com bastante facilidade às características do clima nacional. A Canna indica, oriunda da América tropical, desde o Texas até ao Uruguai, acabou por se tornar sub-espontânea em território português onde encontre as condições ecológicas ideais para o seu desenvolvimento autónomo, ou seja, intensa luminosidade e terrenos saturados de água. Porém, em outros locais mais áridos, esta planta tem um comportamento que denota a sua extrema capacidade em se adaptar: durante o período seco, cessa o seu crescimento até ao início da época das chuvas e elevada humidade relativa no ar. Os rizomas permitem este ciclo anual e, tal como a foto demonstra, esta planta vigorosa cresce de acordo com as condições ecológicas sazonais, já que não é alvo de cuidados por parte do homem nem tampouco se encontra num local hidratado. Fotografei numa zona erma do parque Eduardo VII, em Lisboa, votada a si mesma e num quadro de concorrência directa com as ervas circundantes. A paisagem modifica-se repentinamente com a presença desta espécie tropical, ainda que profundamente resistente às baixas temperaturas, oferecendo-nos, de relance, um cenário da tropicalidade da cidade de Lisboa.
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