terça-feira, 12 de março de 2013

Cordyline fruticosa

Este blogue é uma constante fonte de informações e conselhos, em permanente crescimento, com novas espécies de exóticas frequentemente introduzidas e apresentadas todos os meses. Não deixe de visitar e descobrir as novidades com regularidade!
 
 
 
Cordyline fruticosa (L.) A.Chev., Cat. Pl. Jard. Bot. Saigon: 66 (1919).
 







































A versatilidade e razoável variedade de espécies de Cordyline são uma verdadeira tentação para a sua introdução nos jardins do nosso país. A delicadeza de algumas espécies, muito sensíveis ao frio do Inverno que se verifica mesmo nas áreas mais suaves do território português continental, requer muita prática e conhecimento de horticultura. Não serão estas exigências, certamente, que farão desistir de cultivar este belíssimo género, o qual pela sua exuberância e colorido exótico da sua folhagem empresta a qualquer jardim um aspecto profundamente tropical.
Outro factor importante para se conseguir tirar o maior partido sobretudo das espécies de menor porte, é o seu agrupamento. O efeito alcançado num canteiro cultivado com diversos pés de Cordyline, apesar de dispendioso, revela-se muito interessante ao fazer contrastar a coloração da folhagem desse arranjo com o local escolhido, seja edificado, seja o verde de outras plantas circundantes. Por outro lado, o vastíssimo número de cultivares oferecidos no mercado dificulta a escolha acertada quando o objectivo é o de cultivar exemplares no exterior. A grande maioria desses cultivares são muito pouco tolerantes ao frio e uma aquisição errada pode, indiscutivelmente desmotivar pelos resultados desastrosos que irá ter quando o Inverno chegar.
No que respeita às espécies de maior porte, todas suportam as condições climáticas do Inverno português, sem quaisquer problemas, permitindo, à excepção da Cordyline fruticosa  variedade verde, alargar-se a todo o território litoral nacional.
São cerca de 15 as espécies pertencentes ao género Cordyline, que nos chegam do sudeste asiático e Oceânia, (Reader’s Digest Encyclopedia of Garden Plants and Flowers, Roy Hay, Kenneth A. Beckett, The Reader’s Digest Association Limited, Londres, 1973, pp. 173) sendo uma espécie apenas indígena das regiões tropicais do continente americano (TURNER, Jr., Botanica, The Most Complete Garden Encyclopedia Ever Published, Gordon Cheers, Barnes & Noble Books, 1997, pp. 249). (parece que a opinião mais unânime entre os botânicos é que cerca de 8 são oriundas da Austrália e 5 da Nova Zelândia www.nzplantpics.com enquanto as restantes têm origem no sudeste asiático e ilhas do Pacífico. Somente uma é sul-americana). Muito provavelmente outras espécies surgirão no futuro próximo, ainda em fase de investigação e descoberta. A produção por cruzamento dará origem a novos cultivares, tão apreciados no mercado.
 
O nome científico provém do grego kordyle, que significa conjunto em alusão ao grande número e emaranhado de raízes que muitas espécies desenvolvem. Esta nomenclatura é atribuída a Robert Brown, que em 1810 decidiu designar este género com este táxon. Mais tarde, a comunidade científica, aceitou a designação no congresso internacional de botânica realizado na cidade austríaca de Viena, em 1905, por oposição ao nome Taetsia, através do qual o género era conhecido por imposição norte americana, código que perdurou até cerca de 1930. (Association of Societies for Growing Australian Plants, Australian Plants online - June 2002).
 

sinónimos homotípicos













sinónimos heterotípicos







































































































































 
Na obra de CAIXINHAS, Maria Lizete, A Flora da Estufa Fria de Lisboa, Verbo, 1994, pp. 91, aparece o nome do classificador sem o ‘A’, apenas (L.) Chev.) sin. Cordyline terminalis (L.) Kunth  (WARREN, William;Tropical Plants for home and garden, Thames and Hudson, Londres, 1997, pp. 110 e Flora, The Gardener’s Bible, Tony Lord, Cassell, 2003, pp. 412 e Botanica, R. G. Turner Jr., Barnes & Noble Books, pp. 250). Este último sinónimo causa inúmeros conflitos de classificação, visto estar esta espécie grafada em alguns manuais relativamente recentes como sendo C. terminalis (L.) Kunth. sin. fruticosa  (é o caso dos manuais; e Lee Riffle, Robert; The Tropical Look, Timber Press, Portland, Usa, 1999., pp. 128. No caso dos seguintes manuais é somente considerado o táxon C. terminalis, como estando em vigor; Lorenzi, Harri ; Moreira de Souza Hermes, Plantas Ornamentais no Brasil, arbustivas, herbáceas e trepadeiras, Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltd, 3ª edição, São Paulo, 2000, pp. 658 e Reader’s Digest Encyclopedia of Garden Plants and Flowers, Roy Hay, Kenneth A. Beckett, The Reader’s Digest Association Limited, Londres, 1973, pp. 173). No mercado aparece muito frequentemente segundo esta última designação, considerada incorrecta.
 
Devo salientar que esta espécie suscita muitas quezílias entre os estudiosos com consequências desagradáveis para aqueles que desejam conhecer melhor a natureza desta planta. Por um lado, os viveiristas e produtores de largos cultivares, atribuem-lhes nomes não consensuais, facto que desorienta o leitor, se bem que não são nunca consideradas as suas designações como credíveis pela comunidade científica. A verdade é que o consumidor, pouco conhecimento tem deste pormenor e é induzido em erro. Por outro, os manuais escritos por botânicos, tantas vezes não são coincidentes na taxonomia atribuída à C. fruticosa, como pudemos verificar na sinonímia anteriormente referida. Por outro ainda, dá-se o caso de as imagens que acompanham as espécies não estarem claramente definidas nos diversos manuais, levantando sérias dúvidas quanto ao seu reconhecimento. [1]
Como conclusão, está oficialmente aceite pelo código internacional de nomenclatura botânica, a designação de Cordyline fruticosa, como a correcta e actual, ultrapassando a anterior taxinomia, ou seja, Cordyline terminalis, ainda muito utilizada na atribuição de nomes dos cultivares.
Do ponto de vista etimológico, Terminalis, refere-se às panículas  terminais de flores que surgem das rosetas densas. O sinónimo fruticosa, significa arbustivo. (WARREN, William; Tropical Plants for home and garden, Thames and Hudson, Londres, 1997, pp. 110).
A espécie que deu origem à actual C. fruticosa não está definida, uma vez que se encontra extinta na natureza, para além do facto de sofrerem um processo de hibridização relativamente fácil, afastando-se cada vez mais da estirpe inicial (www.Denverplants.com). Daí a dificuldade em se distinguir a forma verde da colorida, sem recorrer aos nomes atribuídos aos cultivares. [2]
 
1. É o caso das publicações brasileiras Lorenzi, Harri ; Moreira de Souza Hermes, Plantas Ornamentais no Brasil, arbustivas, herbáceas e trepadeiras, Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltd, 3ª edição, São Paulo, 2000, pp. 658 e Harri Lorenzi; Luiz de Mello Filho, As Plantas Tropicais de R. Burle Marx, Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltd, São Paulo, 2001, pp. 289 cujas fotos contrastam nitidamente com aquelas apresentadas nos demais manuais.
2. Na obra de CAIXINHAS, Maria Lizete, A Flora da Estufa Fria de Lisboa, Verbo, 1994, pp. 91 as duas formas, verde e rosa são classificadas por igual enquanto na obra WARREN, William; Tropical Plants for home and garden, Thames and Hudson, Londres, 1997, 110, afirma-se que existem duas formas distintas, uma verde e outra colorida, introduzidas em fases intervaladas no Havaí pelos colonos polinésios.
 
Como consequência pouco se sabe acerca da origem desta espécie, manuseada por muitos e longos anos pelo homem, ocorrendo na natureza com muitas mutações e em raras colónias, circunscrita à Austrália e Papua Nova Guiné (www.Denverplants.com). A quase totalidade dos exemplares vistos na paisagem são resultantes de introduções, frequentemente cultivares produzidos por intervenção humana. Estes pequenos arbustos são utilizados nos países tropicais da Ásia para demarcar terrenos para exploração agrícola, pelo que se espalhou na paisagem das florestas húmidas, tomando-se como uma espécie nativa (www.mobot.org/MOBOT/research/treat/asteliaceae.shtml).
 
Proveniente das regiões tropicais do sudeste asiático, Norte da Austrália e Polinésia, (Lord, Tony; Flora, The Gardener’s Bible, Cassell, Londres, 2003, pp. 412) e segundo informação obtida de Kew Royal Botanical Garden, as ilhas do Pacífico por onde se estende são a ilha de Bismark, Solomon, Fiji e Vanuatu.
Provavelmente origem precisa nas áreas adjacentes à Papua Nova Guiné, a partir de onde os melanésios e os polinésios a difundiram através do Pacífico, uma vez que dos seus rizomas serviram de recurso alimentar (TURNER Jr., R. G.; Botanica, The Most Complete Garden Encyclopedia Ever Published, (1ª edição 1997), Barnes & Noble Books, 3ª edição, 1999, pp. 250). Chegou à Europa em 1770 pela primeira vez aos jardins de Kew em Londres.
 
Tem vindo a aclimatar-se às condições do Inverno das regiões litorais da zona de Lisboa e na linha da costa algarvia com algum sucesso, particularmente os cultivares, enquanto a forma verde, mais tolerante, sobrevive a maiores rigores, encontrando-se na situação de muito rara no nosso país. Ao Havaí chegou trazido pelos colonos polinésios, em primeiro lugar a forma verde (WARREN, William; Tropical Plants for home and garden, Thames and Hudson, Londres, 1997, pp. 110), onde se tornou popular a ponto de figurar como um dos símbolos daquele estado norte-americano. Naquelas ilhas é apelidada de planta da sorte do Havaí ou simplesmente “Ti plant” (Lee Riffle, Robert; The Tropical Look, Timber Press, Portland,Usa, 1999., pp. 128), nome pelo qual a espécie é no dialecto local, conhecida.
A espécie é vista como uma fonte de boa fortuna, razão porque é cultivada perto ou em torno das habitações com um fito protector. Os indígenas polinésios recorrem às suas folhas para manufacturar as saiam tradicionais.
A popularidade desta planta nas regiões de clima tropical, advém da rapidez e facilidade de enraizamento, basta colocar horizontalmente um pedaço de um ramo sobre o solo húmido, que prontamente ganhará rebentos. Este processo tão gratificante apenas é possível entre nós em estufa aquecida.
No seu ambiente natural, com condições de temperatura favoráveis alcança uma altura de entre 1 m a 3 m. Muito raramente esta situação ocorre com plantas cultivadas em Portugal, pois trata-se de uma espécie algo mais delicada que rapidamente sofre com dias mais intensos de frio. No exemplo que se segue, mostro um exemplar fotografado no Funchal, em 2007, onde naturalmente as temperaturas subtropicais beneficiam o crescimento desta espécie até às dimensões normais, com bastante rapidez.
Foto do autor de 2006, Funchal.
 
 
Em cima e em baixo, foto do autor registada em Caxias, 2007

Este caso raro de desenvolvimento confirma a possibilidade de um exemplar de Cordyline fruticosa, crescer até atingir uma dimensão considerada comum nas regiões tropicais do globo. Repare na altura do indivíduo, capaz de surpreender e fascinar pela sua notável medida.

 
Em baixo, duas fotos do autor de 2011, registadas na baixa de Algés, onde encontrei, talvez o mais extraordinário exemplar de Cordyline fruticosa, cultivado no exterior. Este raro cenário permite-nos viajar no tempo e regressar ao início do século passado, pelo conjunto arquitectónico completado com espécies tropicais que lembram as villas da pequena burguesia paulistana, quando a cidade de São Paulo, no Brasil, prosperava com o desenvolvimento das plantações de café e da indústria.
 
Nenhum dos jardins botânicos nacionais em território continental ostenta tão belos e grandes exemplos de Cordyline fruticosa. Por vezes sem conta, são os pequenos e privados jardins pelo país fora que guardam valiosíssimos indivíduos com exuberância e dignidade suficiente para constar numa colecção nacional botânica.

 
Tive oportunidade de contemplar belos exemplares cultivados no exterior na cidade norte-americana de Phoenix, no estado do Arizona, onde a espécie é resistente a 0º c. Todavia, naquela região os Invernos são curtos, não obstante a queda da temperatura nocturna, mas essencialmente secos, o que em muito beneficia a sobrevivência da espécie. O risco de apodrecimento das suas raízes é diminuto, para além de reunir as condições ideais para um repouso vegetativo, não encontradas no Inverno português. Regressando a condições ecológicas mais semelhantes ao caso português, será uma exposição a Sul abrigada de correntes de ar e simultaneamente exposta a sol directo, o local mais indicado para um desenvolvimento satisfatório. Excelentes exemplares com portes dignos das regiões indígenas, encontram-se no umbráculo [3] da Estufa Fria, em Lisboa, com cerca de 4 m de altura. Naquele local estão completamente protegidos das condições mais adversas do Inverno, como a intensa Nortada e as temíveis geadas, ainda que raríssimas na capital portuguesa. O efeito de qualquer geada fará rapidamente tombar a maioria das suas folhas, antes mesmo de as queimar. Sem aparentar, as folhas estarão tão débeis que numa primeira fase apenas pelo toque cairão gradualmente. Mais tarde acabarão por secar. Duas a três semanas após o sucedido, a planta pode ficar reduzida apenas às folhas centrais ou inclusivamente desaparecerem por completo.

Foto de 2007 do autor de um exemplar de C fruticosa cultivado na Estufa Fria de Lisboa, onde encontra condições ideais para reagir às baixas temperaturas do Inverno de Lisboa.


Nesta situação será muito difícil retomar o ponto central de crescimento, o qual morre por queimadura. Resta esperar que a Primavera estimule rebentos laterais no tronco e o indivíduo se salve. O crescimento neste período é particularmente lento, facto que leva, ocasionalmente, a planta a não resistir a um segundo Inverno, dada a sua situação previamente fragilizada. Até mesmo exemplares com um bom porte e bem estabelecidos podem repentinamente sofrer lesões irreversíveis que poderão eliminar por completo a planta em duas ou três semanas.

Este comportamento abrange a totalidade dos cultivares, incluindo os de coloração não rosa, branca e mista, pelo que no caso de ter êxito na aclimatação de um exemplar, o leitor tem razões para orgulhar-se profundamente do seu exemplar.

Um registo do autor, de um exemplar do meu próprio viveiro onde se pode comentar os efeitos anteriormente referidos. As folhas mais velhas fortemente atingidas pelo efeito do frio, rasgadas e ressequidas devem ser mantidas para proteger a gema terminal. Refiro que a foto é de Outubro e ainda se nota naquele indivíduo as consequências do Inverno do ano anterior. A folhagem mais jovem desenvolve com maior lentidão se a planta se encontrar num local pouco luminoso e exposto a correntes de vento. Para contrariar estas condições ecológicas deverá procurar um local junto a uma parede, a qual concentrará por mais tempo o calor essencial para atravessar o Inverno com o menor efeito possível.
 


Neste caso, veja-se o contraste na recuperação das folhas de ambos cultivares de Cordyline fruticosa. À esquerda uma C. fruticosa cv. ‘Alba’ e à direita uma C. fruticosa cv. ‘Kiwi’. O comportamento varia bastante entre os diversos cultivares que reagem quase individualmente aos efeitos das baixas temperaturas. Em comum têm a lentidão que necessitam para recuperar e desenvolver novas folhas, situação que se verifica com frequência no final do Verão. Foto do autor de 2009.

 

3. Do espanhol umbráculo, que se refere à estrutura cuja cobertura ripada filtra a entrada da luz solar criando uma suave sombra, permitindo o desenvolvimento de plantas umbrícolas e esciófilas, cujas folhas de grandes dimensões e muito verdes são capazes de assimilar a energia proveniente de uma luz muito difusa. A mesma estrutura encontra-se no Jardim Botânico da Universidade de Valência, designada por umbráculo.



 

Multiplica-se por sementes, em estufa ou em cama quente, as quais germinarão ao final de 8 semanas ou por estaca no período quente do ano. Esta última técnica tem maior sucesso com a maioria dos cultivares. Deve procurar-se um caule lenhoso de preferência com desenvolvimento inicial de raízes aéreas, factor que muito contribuirá para o êxito da operação. É indicado utilizar-se pequenas estacas de 10 cm de comprimento, num composto à base de turfa e areia, o qual tem de ser mantido aquecido a uma temperatura de entre 25 a 30º c., num ambiente húmido e sem sol directo, em permanência. Após um mês, dá-se o enraizamento (www.infoagro.com/flores/plantas_ornamentales/cordiline). O final da Primavera e sobretudo o Verão são as estações indicadas, sem nunca deixar o composto secar. Este deverá ter um PH entre 6,5 e 7, favorável a esta espécie delicada, rico em cálcio e sem flúor (www.infoagro.com/flores/plantas_ornamentales/cordiline). A capacidade de enraizamento desta espécie é bastante elevada se estiverem estas condições reunidas. Caso contrário, rapidamente as estacas morrerão. Os exemplares de forma verde têm, entre nós, maiores probabilidades de sucesso neste processo que os coloridos e a técnica mais simples da estacaria, em pleno Verão, quase certamente garantirá o enraizamento em pouco tempo, desde que a temperatura mínima nocturna seja elevada e o composto se mantenha sempre húmido.

 

Considero um indivíduo bem estabelecido quando consegue desenvolver o rizoma, sem o qual não estará assegurada a sua sobrevivência. Estas fortes e grossas raízes exigem recipientes de boa dimensão para se desenvolverem. Na verdade estamos perante um género que produz um sistema radicular muito longo e abundante e não devemos condicionar este comportamento em circunstância alguma. As estacas deverão estar bem seguras e a uma profundidade de cerca de 20 a 30 cm, para melhor e mais rapidamente se estabelecerem no menor espaço de tempo possível, a fim atingir um porte capaz de superar o frio do Inverno que se avizinhará. Serão nos rizomas bem desenvolvidos que os indivíduos confiarão, para ultrapassar os rigores das baixas temperaturas, para além de diminuir os riscos de apodrecimento. Uma planta cujo rizoma se encontre bem estabelecido não requer regas abundantes, pois recorre do armazenamento de que dispõe para passar todo o período de dormência invernoso e inclusivamente florir durante a estação fria. Pelo contrário, uma estaca cujas raízes não tenham ainda desenvolvido um rizoma estará mais vulnerável à podridão pela chuva intensa associada às baixas temperaturas. Estas condições impedem o crescimento de novas raízes ameaçando o futuro da estaca. Assim sendo, saber conjugar o calendário de multiplicação com a preparação da planta para o Inverno, torna-se imperioso. As estacas também respondem bem ao enraizamento dentro de água, por vezes com maior velocidade no desenvolvimento do sistema radicular. No entanto, a passagem para o composto nem sempre se revela eficaz.


Quer para a propagação quer para um melhor desenvolvimento da planta aconselha-se fertilizá-la com regularidade com um equilíbrio de Azoto, Fósforo e Potássio (NPK) 3-1-2. Enquanto jovem, os exemplares devem receber nitrogénio a fim de melhorar a sua coloração, (www.infoagro.com/flores/plantas_ornamentales/cordiline).


Em Portugal, floresce a partir do fim do Inverno. Produz uma haste por vezes pendente, com flores roxas ou brancas pouco atraentes e discretas, que poderão produzir algumas bagas vermelhas. Como orientação, as espécies de Cordyline, que produzem bagas vermelhas são, na verdade, mais sensíveis ao Inverno do nosso país, enquanto todas aquelas que apresentam frutos de cor negra, de um modo geral, são cultiváveis em Portugal. Todas as variedades e cultivares de C. fruticosa produzem bagas de cor vermelha.
Foto de 2007 registada pelo autor no Jardim Botânico de Caracas, Venezuela.
 
































A floração e frutificação da variedade de folhas verdes é muito rara no nosso país e a ocorrer poderá ser durante a estação quente, como no final do Outono ou até em pleno Inverno. Os frutos são pequenas bagas vermelhas dispostas em ramas ou cachos. (Foto não do autor)

O grande interesse nesta espécie está nos inúmeros cultivares que em torno do mundo foram surgindo ano após ano, enriquecendo o mercado de múltiplas escolhas na coloração da folhagem. Antes mesmo de avançar na vastidão dos cultivares, há que sublinhar um factor importante a considerar, no que respeita ao cultivo desta planta. A quase totalidade dos cultivares são delicados e exigentes quanto às condições climatéricas. Neste grupo não se inclui a própria espécie descrita, completamente verde e a vinácea, pelo que será dada toda a informação em conjunto, numa segunda parte deste texto.

Entramos agora no capítulo dos cultivares coloridos, cuja produção intensiva teve início no século XX, nas ilhas do Havaí, no Pacífico e Trindade e Tobago, na América do Sul, e mais tarde, na Tailândia, de onde saíram centenas de formas coloridas com nomes sugestivos, inundando o mercado internacional de plantas ornamentais.
(WARREN, William; Tropical Plants for home and garden, Thames and Hudson, Londres, 1997, pp. 110).

Todos os cultivares, sem excepção, englobam-se na lista de espécies e formas bastante sensíveis ao rigor do Inverno nacional. Não existem regras concretas para determinar o sucesso no processo de aclimatação de indivíduos, já que exemplares pertencentes à mesma forma, podem demostrar comportamentos tão díspares como comuns entre si. Certo é que pelas experiências que venho a realizar desde há muito, determinados cultivares apresentam maior capacidade em sobreviver sob condições severas. Na mesma ordem de conclusões, os cultivares de coloração mais clara, e que contenham branco ou creme na folhagem resultam ser os mais sensíveis. As variedades de folhas escuras, conseguem recuperar com mais rapidez dos estragos do frio e do vento, pelo que consequentemente, aumentam as hipóteses de sobreviver até à Primavera. O grande risco centra-se precisamente em conseguir que a planta mantenha a sua folhagem desde o final do Outono, pois as folhas mais velhas protegem o ponto central de crescimento, isto é, o terminal de cada ramo, para que passe todo o Inverno nessas boas condições. Se for cultivada em recipientes poderá ser removido para um local abrigado, como uma parede virada a su-sudoeste, ou melhor ainda, sob a protecção de um alpendre. Este espaço físico é o mais indicado para acautelar eventuais efeitos de geadas, fatais para qualquer C. fruticosa. Com toda a certeza, nesse lugar recolhido passará um Inverno em segurança.

 

































Observo regularmente exemplares desta espécie capazes de sobreviver a temperaturas baixas como 3 a 4º c., desde que não se encontrem a céu aberto. Indivíduos bem estabelecidos e adultos, por vezes adquirem resistência suficiente para suportar as condições invernosas, uma vez mais, desde que sem o risco de geadas e expostos às perigosas rajadas de vento.

É o caso de dois exemplares que conheço na cidade de Lisboa, com um belíssimo porte de 1,5 a 2 m de altura, à mercê de algum vento moderado mas livres de formação de geada, inexistente nos grandes centros urbanos. O alto índice de humidade associado ao frio pode também ser fatal a todos os cultivares coloridos, pelo que é preferível moderar ou até mesmo rarear as regas, dentro do possível. Assim que a temperatura começa a elevar-se deve a humidade do solo acompanhar esse aumento, tornando-se factor essencial para o bom desenvolvimento da planta durante o Verão. Será nesta estação que a planta irá preparar-se para a estação fria, uma vez que quanto maior o seu porte, maior capacidade terá para recuperar de eventuais senão inevitáveis danos causados no Inverno.

Infelizmente é comum surpreendermo-nos com a perda repentina da planta, as folhas caem sucessivamente e com muita rapidez, a ponto de apenas restar o caule completamente despido, o que determinará um período em que o exemplar se encontra muito vulnerável.

Repare no exemplar da direita, uma Cordyline fruticosa cv. Certamente adquirida bastante jovem e que foi crescendo a ponto de o seu proprietário decidir colocá-la no exterior. São raros os casos em que este cultivar se adapta a essas condições. Este indivíduo superou o rigor das baixas temperaturas, possivelmente por se encontrar numa zona da cidade bastante protegida. Fotografei-o na Rua do Poço dos Negros, entre São Bento e o Chiado, em Fevereiro de 2011. Trata-se de um exemplar muito saudável e que contraria a reacção ao frio, em que não perdeu as folhas mais adultas.


Esta foto do autor de 2010, registada em Abril na zona da Alameda, mostra um outro exemplar de Cordyline fruticosa cv. Com maiores dificuldades em enfrentar o frio. As suas folhas estão aparentemente menos saudáveis e o tronco mais despido, sintomático de uma menor tolerância às baixas temperaturas.

 Fotos do autor de 2010.

 



























No início da Primavera, todos os cultivares irão demonstrar as reais agressões que a planta sofreu na estação fria. Perderão folhas, ameaçando a sua sobrevivência, tornar-se-ão muito débeis ao toque e à acção do vento. As regas demasiado fortes podem provocar mais estragos na folhagem, há que precaver esse cuidado. A aparência da planta só será maximizada no final do Verão quando algumas das folhas mais recentes surgidas naquela estação tiverem substituído aquelas sobreviventes do Inverno anterior. Uma vez que o crescimento desta espécie é particularmente moroso no nosso clima, apenas durante o Outono, poderemos apreciar o belíssimo conjunto sem aparentar os estragos causados pelo frio da estação que em breve irá ter que ultrapassar.





Veja esta foto do autor de 2006, de um exemplar registado no Funchal, em que apresenta as folhas em perfeito estado de desenvolvimento durante todo o ano. Em baixo, note a mesma situação sem as marcas dos efeitos visíveis do frio, somente no final do Verão. Foto do autor de 2005, de um exemplar cultivado em Lisboa na colecção particular do autor. As folhas com uma aparência bastante saudável surgem em meados e no final do Verão.
 
 



A fragilidade que a planta apresenta após a estação fria, acrescido o risco de se mostrar incapaz de sobreviver, poderá admirar ao revelar uma contrastante resistência em desenvolver novos rebentos a partir do caule, aparentemente desprovido de qualquer probabilidade em recuperar. Não deverá, portanto, desistir dos indivíduos que pareçam condenados, pois saber esperar, nestes casos, pode reservar uma boa surpresa. Por outro lado o frio, provoca a floração e lentamente as espigas surgirão dando lugar a flores pouco interessantes, a partir de Fevereiro. Devem ser mantidas, para permitir à planta concluir o seu ciclo vegetativo e ramificar-se naturalmente. Em viveiros, este processo é forçado, baixando a temperatura ambiente entre os 12 e os 14º c. (www.infoagro.com/flores/plantas_ornamentales/cordiline).



Em circunstância alguma se deve podar qualquer cultivar, comprometendo a robustez da planta. O seu crescimento é extraordinariamente lento e nem a poda estimula este processo. O exemplar responderá a este acto, mas não terá tempo suficiente para que as ramificações se desenvolvam a ponto se tornarem lenhosas e mais fortes. Um esporádico frio intenso poderá queimar as jovens pontas acabando por eliminar inteiramente toda a estrutura. O tempo é, por natureza, a melhor técnica para fortalecer cada indivíduo, deixando-o crescer livremente, respeitando o seu estado de desenvolvimento. A incidência de êxito é, de facto, muito baixa, mas uma vez atingida, certamente compensará o esforço, a atenção dedicada e o carinho atribuído à planta. Quem detiver um belo exemplar de um cultivar de C. fruticosa, tem razões para tomar conhecimento da raridade que possui pela dificuldade de cultivo e aclimatação em toda a Europa ainda que apenas na região meridional e em particular em Portugal.


Este é um dos grandes objectivos deste artigo, ou seja, dar a conhecer a flexibilidade climática do nosso país e apresentar aos portugueses as espécies que possuem e, por ventura, desconhecem para além do seu valor botânico associado.

Todos os cultivares devem ser replantados no exterior em meados de Abril, para aproveitar o aumento gradual da temperatura na atmosfera. Plantas bem estabelecidas e de bom porte seriam ideais para esta acção em local permanente, no entanto não estão disponíveis no mercado. Apenas são vendidos cultivares de porte pequeno a médio, vindos de estufas, o que vem aumentar o número de insucessos aquando da sua aplicação no jardim exterior. Por conseguinte, não deve o leitor pensar em desistir pois a persistência pode vir a dar-lhe muita satisfação. Um canteiro cultivado com cultivares coloridos empresta maior tropicalidade e exotismo a um espaço ajardinado que qualquer palmeira. O efeito é avassalador.

A dificuldade de cultivo de qualquer cultivar é efectivamente compensadora, até porque com esta escolha o leitor está a trabalhar com uma espécie que se situa no limiar das suas exigências. A exigência, a planta encontrará no clima português ou o que se lhe consegue emprestar se plantada no exterior.

Este é um registo sobre o processo delicado de aclimatação, comprovado com o sucesso na sobrevivência da planta e de que certas zonas climáticas de Portugal são absolutamente extraordinárias. Entre elas encontra-se a cidade de Lisboa, a linha da costa do Estoril, o litoral e o barrocal algarvio a pouca altitude.

Qualquer cultivar deve receber uma exposição solar média, com bons períodos de sol directo por dia, condição muito importante durante o Inverno. O solo húmido terá obrigatoriamente de ter uma excelente drenagem, com o risco de apodrecer as raízes e rapidamente perder-se o exemplar. São muito susceptíveis de serem atacadas por cochinilhas e pulgões, eliminados eficazmente com um insecticida sistémico. As lesmas são uma verdadeira ameaça para a sobrevivência de todas as formas desta espécie, e em particular pela sua extrema fragilidade. Poderão ser combatidas recorrendo a um recipiente baixo onde se coloca alguns decilitros de cerveja pura, renovada de dois em dois dias. O odor forte da bebida atrai esses invertebrados, eliminando-os por afogamento.
 
 
Será referido um elenco de cultivares oferecidos no mercado nacional agrupados de acordo com o grau de dificuldade na aclimatação. Com mais de 5 centenas de cultivares apresentados no mercado, decidi não referir este incontável número de variedade de cores, formas e dimensões, exactamente pela sua extensão mas também, pelo facto de, na sua quase totalidade, se encontrarem indisponíveis no mercado nacional. Ora, não fará sentido elencar tanta descrição acompanhada de imagens, senão agrupar os cultivares de acordo com as condições ecológicas que exigem para sobreviver no exterior. 
Irei fazer referência somente àqueles cultivares que circulam nos viveiros de plantas por todo o país, e a partir destes, na eventualidade de surgirem novas introduções, a avaliação e caracterização do novo cultivar, poderá ser orientado tendo como base as variedades aqui descritas.

 

Grupo l: dificuldade elevada.

Cordyline fruticosa “Fireband”, (FOTO; Ellison, Don; An Illustrated Reference to Garden Plants of the World, (1ª edição 1995), New Holland Publishers ltd, 2ª edição,  Reino Unido, 2002, pp. 180) por vezes designada por Cordyline fruticosa “Rubra” (FOTO; Lord, Tony; Flora, The Gardener’s Bible, Cassell, Londres, 2003, pp. 412). A multiplicação de táxones origina uma profunda confusão entre espécies bem distintas mas que partilham nomenclatura idêntica. Este é um desses casos, convivendo com o exemplo da C. rubra e a C. australis “Rubra”, lançando o leitor numa difícil tarefa de entender qual das espécies se está a tratar.

(Foto não do autor)


Foto do autor de Cordyline fruticosa “Fireband” em 2008




É um interessantíssimo cultivar de folhas rosa intenso enquanto jovens, escurecendo à medida que vão amadurecendo até mostrarem o esplendor de uma cor rosa púrpura. Pela coloração homogénea das folhas tem a vantagem de contrastar com o enquadramento, sobressaindo em qualquer situação. Manter uma bonita e duradoura folhagem é tarefa muito difícil mas indiscutivelmente compensadora. É o cultivar mais comum no mercado nacional. Cultivo há muitos anos esta forma e tem-se mostrado capaz de ultrapassar os rigores do Inverno, apesar do seu crescimento ser extremamente lento. Parece ter poucas probabilidades de chegar a um porte considerável, ficando-se pelo 1 a 1,5 m de altura. O processo mais difícil neste, como em qualquer outro cultivar, é o de conseguir um bom desenvolvimento do exemplar, para que os rizomas se desenvolvam a ponto de estabilizarem a planta, dotando-a de reservas nutricionais para sobreviver aos rigores e efeitos do nosso Inverno. Assim sendo, a planta estará capaz de tolerar períodos de frio, recuperando mais rapidamente e prontamente, logo que a temperatura tenda a subir. Posso inclusivamente salientar que este é o segredo para a aclimatização de qualquer Cordyline fruticosa em território português.


Lindíssimos exemplares existem na Estufa Fria de Lisboa, ali designados meramente por C. fruticosa, com cerca de 1,5 m de altura e folhagem muito bem cuidada. São motivo de uma visita propositada. (FOTO; CAIXINHAS, Maria Lizete, A Flora da Estufa Fria de Lisboa, Verbo, 1994, pp. 91) vários outros cultivares formam o grupo das C. fruticosa de coloração totalmente vermelha, como é o caso de;


  
 
 
Cordyline fruticosa ‘Amarula’,

 Cordyline fruticosa 'Amarula'. Foto do autor de 2008 em cima e em baixo.




Foto do autor de 2008 Cordyline fruticosa ‘Amarula’ pertencente à colecção do autor.

Um dos mais extraordinários cultivares que poderemos adquirir em Portugal, não obstante alguma dificuldade em encontrá-la disponível. Por vezes em venda em alguns jardins botânicos portugueses, esta variedade demonstra grande robustez e uma excelente resposta na adaptação ao exterior em algumas zonas mais amenas do litoral meridional de Portugal, como a costa de Lisboa e do Algarve.
Nestas regiões, os exemplares facilmente alcançam dimensões bastante generosas prestando-se para exercícios de paisagismo tropical, com grande beleza e originalidade.
Na minha opinião, este cultivar é sem dúvida, o mais indicado e fácil de ser cultivado no nosso país.
Foto do autor de 2007 Cordyline fruticosa ‘Amarula’ pertencente à colecção do autor.
Este indivíduo confirmou, através dos sucessivos Invernos que atravessou, uma excelente tolerância ao frio. Em 2011 e 2013, o mesmo exemplar encontrava-se em perfeitas condições ecológicas como se pode verificar nas fotos do autor em baixo.

 Os mesmos exemplares em 2013
 

 


 

Cordyline fruticosa ‘Purple Prince’, um cultivar muito popular nos viveiros portugueses, encontra-se com facilidade, sobretudo, nas grandes superfícies comerciais.



 

Cordyline fruticosa ‘Red Sister’,

Em cima, Cordyline fruticosa ‘Red Sister’ (foto não do autor)
 
 
 
Fotos do autor. Em cima, C. fruticosa ‘Red Sister’ e em baixo em segundo plano.







C. fruticosa ‘Cradinal Stripe’, em baixo em primeiro plano.

 

 
 
 
Cordyline fruticosa “Cardinal Stripe”, (FOTO; Ellison, Don; An Illustrated Reference to Garden Plants of the World, (1ª edição 1995), New Holland Publishers ltd, 2ª edição,  Reino Unido, 2002, pp. 180) muito frequente no mercado, distingue-se das anteriores pelas suas folhas pinceladas de cor verde. Com a idade as folhas, inicialmente rosadas e verdes escurecem, ficando somente com uma margem rosa na extremidade.
 (Foto não do autor)



As indicações de um cultivar designado por Cordyline fruticosa “Rosea”, por vezes surge como sendo válido, embora não tenha obtido mais informação que me permita desenvolver esta forma. No mesmo sentido, o cultivar Cordyline fruticosa “Rose Queen” (FOTO; Ellison, Don; An Illustrated Reference to Garden Plants of the World, (1ª edição 1995), New Holland Publishers ltd, 2ª edição, Reino Unido, 2002, pp. 180) são muito idênticas entre si e assemelham-se à anterior descrita, a C. fruticosa “Cardinal Stripe”. Distingui-las é verdadeiramente árduo. Em dúvida ficará a validade destes dois cultivares, não sendo despropositado que se trate de sinónimos de outras formas por identificar.
 
 
 
 


Cordyline fruticosa “Kiwi”,
(Foto não do autor)
 Com folhas listadas de diferentes tons de verde que oscilam entre o verde-claro, limão, verde amarelado e escuro, delineadas nas margens com rosa. Muito popular em Portugal, tem um comportamento satisfatório no nosso clima. Pessoalmente entendo que o esforço no sentido de aclimatar este cultivar não proporciona o mesmo impacto visual que as anteriores, particularmente pela maior vulgaridade na coloração das suas folhas.
 Fotos da colecção do autor em 2007.
Em baixo, uma série de fotos de C. fruticosa 'Kiwi' plantadas em Fevereiro de 2013 em pleno Inverno, na cidade de Lisboa.


 Os mesmos exemplares, passado um mês com dias de intenso frio, situação em que deixou as plantas afectadas, porém capazes de sobreviver e regenerar na estação seguinte.
 
Grupo ll: dificuldade muito elevada.

Em continuação, são inúmeros os cultivares desta série de coloração multicolor e padrão variado, indiferentes na sua descrição, mas interessantes na sua apreciação fotográfica ou visual. Para identificá-los num viveiro, siga-se a forma da folha lanceolada, em tudo igual aos cultivares do grupo l, com uma paleta de cor onde o branco, amarelo ou creme está sempre presente. A coloração destes cultivares nunca são regulares, podendo evidenciar alterações profundas em cada estação quente, variando os matizes desde os brancos até à total ausência desse tom no ano seguinte. Jamais a compra de um cultivar de acordo com a cor das suas folhas será garantida durante a vida desse exemplar.
Nem sequer a intensidade solar influenciará na obtenção de rasgos de cor esbranquiçada ou creme, concorrendo este facto para a expectativa e a surpresa.


Grupo lll: dificuldade extrema.
Agrupam-se nesta secção três tipos de formas, todas dentro do mesmo grau de dificuldade. Os cultivares que apresentem folhas lanceoladas, mais arredondadas e dobradas na ponta, geralmente para baixo mas também ocorrem as extremidades estarem dobradas para dentro. Muito raras no mercado, não existem registos do seu comportamento e reacção ao clima do nosso país. Valem principalmente pelo desafio nos resultados obtidos através da experiência do seu cultivo no exterior, os quais mais tarde poderão completar este capítulo.




Seguem-se os cultivares de folha estreita, absolutamente extraordinários na composição de efeitos que dos maciços se poderá obter. Desconhecidos no mercado de viveiros portugueses, não estão considerados por essa razão;
Para finalizar, as formas anãs, vulgares no meio comercial de horticultura nacional, mas que apresentam muita dificuldade em se adaptar às condições exteriores. Refiro-me à;
Cordyline fruticosa “Baby Ti”, sin. 'Edge’, sin. ‘Piccolo Red’, (FOTO; Ellison, Don; An Illustrated Reference to Garden Plants of the World, (1ª edição 1995), New Holland Publishers ltd, 2ª edição,  Reino Unido, 2002, pp. 180).

 (Fotos não do autor)